Sinceros

Confusões, esperanças, sonhos, ambições. Todas as divagações que três mentes, distantes no espaço mas não no tempo, podem alimentar serão expostas neste blog. O tudo e o nada servirão de temas para as excentricidades destes loucos!

quinta-feira, abril 21, 2005

Post erótico (cuidado)

Desesperado em meio ao caos de buzinas e sons, corro como um louco de volta a nossa casa. Uma semana que estou com ela e os dias são cada vez menores, as horas mais curtas, nosso prazer a cada minuto mais intenso.
Parada a porta esta ela. Aquele decote delicioso que me deixa entrever a silhueta de seus seios é como a visão da terra prometida. Nem a visão onírica do jardins das Delicias pintada por Bosch se compara a o quadro que vislumbro daquele corpo que me espera com ansiedade.
As escadas são obstáculos que sucumbem a minha ânsia por aquela criatura a qual pertenço e que me pertence.
Quão longínqua é a entrada do paraíso.
Sofregamente me atiro ao seu pescoço, procuro avidamente sua boca que com maior ardor ainda engole a minha. Sua língua percorre minha boca e seus lábios os meus. Espera é palavra que desconhecemos, pois somos inteiramente dois corpos que se desejam e se consomem um no outro.
Mal fecho a porta e já a deixo nua, seus seios intumescidos me convidam a sugá-los incansavelmente. Deixamos nossas roupas espalhadas pela casa, tal a voracidade de nosso ardor. Minhas mãos percorrem o corpo dela, como se fosse a primeira vez. Mas meus dedos querem decorar cada centímetro de sua pele, cada reentrância e opulência daquele corpo perfeito. Minha língua percorre seus seios, brincando com seus mamilos, minha boca sugando-os, até que ela mesma me empurre rumo a seu ventre. Meus lábios percorrem sua barriga e me afasto da direção que suas mãos me levam. Ainda não é chegado o momento. Meus dedos acompanham meus pensamentos e deslizam pelas suas costas a procura daquelas saliências esculturais enquanto suas coxas são acariciadas por meus beijos. Seus pés são qual o mármore grego, e neles me detenho um instante.
Já não agüento mais. Meus instintos sucumbem minha razão numa torrente de desejo insano.
Sigo o contorno daquelas coxas ao encontro do objeto de meu desejo. Meus dedos já ali estiveram mergulhados mas não a satisfizeram, nem a mim. Com minha língua umedeço o interior de suas coxas, subindo devagarinho, prolongando a agonia da espera do prazer. Finalmente, um suspiro de prazer se faz presente como se fora possível tocá-lo, no instante que meus lábios encontram seu segredo mais escondido. Minha boca enlouquecida arranca gemidos dela e suas mãos entrelaçadas aos meus cabelos me transmitem todo o prazer que ela sente. Percorro seu corpo com minhas mãos, seus seios ali estão a minha espera, não hei de abandoná-los.
Ela estremece... Agora é minha vez de ser agraciado com um gozo tão intenso. Meus lábios colados aos dela e suas mãos me guiando dão uma sensação de completude. Suavemente afasto suas coxas e penetro aquele corpo amado, preenchendo-a totalmente, a principio com delicadeza, mas aos poucos o delírio a que ela me leva aumenta nosso ritmo. Sua boca morde meus lábios, minha língua de encontro a dela, seu pescoço se oferecendo aos meus beijos. Seguro ao maximo o final entrevisto, paro por instantes para sentir todo o seu calor, ela grita por mais, arranhando minhas costas com suas unhas, já sem controle de si mesma. Nossos corpos úmidos entrelaçados, como um só.
Ela tem um talento inato para me dar prazer. Não agüento mais todo aquele furor e todo o meu corpo participa daquele instante ultimo, no mais profundo gozo, no mais prazeroso dos momentos.
Deitados um junto ao outro, acaricio seus cabelos e, beijando sua nuca, faço mil juras de amor, prometo-lhe o mundo. Mas ela só me pede que nossos corpos se encontrem e que o nosso prazer se repita pela eternidade.

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domingo, abril 17, 2005

Será?

Noite gélida. Coruscantes relâmpagos no horizonte anunciavam chuvas torrenciais.
Ele apertava em sua mão a ultima carta que recebera. Não tinha vontade de abri-la, já sabia o que estava escrito ali.
Nada mais podia atingi-lo. Um homem que, como ele, já sofrera todas as desilusões possíveis, não tinha direito de esperar mais nada da vida. Mas ele esperava.
Ele baixara a guarda por um momento, só um instante. E ela aproveitou para se esgueirar e tomar conta de todo o seu ser. Prender sua vontade com grilhões dourados, aos quais ele se abandonou sem esboçar reação. Sabia o que tinha acontecido. Estava apaixonado.
Sentira essa sensação pela primeira vez havia 15 anos... Seu ultimo desengano o havia amadurecido para a vida, lhe dera uma visão mais abrangente do mundo.
A dor, seja qual for, nos aguça os sentidos. Joga-nos no abismo da desesperança, mas ao galgarmos as paredes íngremes e escorregadias, chegamos ao topo mais fortes e decididos do que quando caímos.
Mesmo assim, havia decidido nunca mais se deixar enganar por esse sentimento. Nunca mais sofreria por alguém. Nunca!
E mesmo assim, naquela noite ele sofria.
Como isso acontecera, nem ele mesmo queria saber. Em um instante ela havia tomado tudo dele, sua vontade, seu coração, sua mente. Tudo ao seu redor parecia mais vivo, mais colorido.
E no instante seguinte, a frieza, a falta de resposta a suas investidas. Ela lhe havia dado esperança para simplesmente lhe demonstrar que ele não era nada. Absolutamente nada.
Estavam muito longe um do outro... Mas nem o céu seria o limite se ela lhe desse um sinal. As estrelas seriam dispostas em um tiara de brilhantes se ela assim o desejasse.
E no entanto, ela abandonou tudo isso sem dizer porque. Sem explicação. Aquela simples carta nada iria explicar, disso ele tinha certeza.
O vento frio lhe refrescava as faces escaldantes, que uma febre que lhe tomara o corpo tornara em fornalha.
Vento, carta... carta ao vento... ele sorria!!!
Sabia que um dia voltaria a amar, isso ele devia a ela. Agora o sabia e por isso sorria, aquela febre havia descongelado seu coração. Agora ele batia descontroladamente e podia vislumbrar as sombras de um amor futuro.
Um amor sem sobressaltos. E sem dor.

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sábado, abril 16, 2005

Perdido

Arvores por todos os lados, acima de mim o céu, sob meus pés a grama úmida. Nada poderia me tocar ali naquele local ermo. Mas eu não estava sozinho, tua lembrança me entorpecia, teu perfume estava em mim.
Não sei por quanto tempo andei. Não sei quantos mares singrei a tua procura. E, no momento em que te encontro, te perco.
Ontem, hoje, amanhã... porque os deuses deste mundo simplesmente não me empurram sobre o abismo e, qual Ulisses, se conseguir me livrar de todos os terrores que lá encontrar, me permitam um dia tornar a ser feliz.
Mas não. Minha carga deve ser mais ardua, minha sina é permanecer perdido até que me encontres, palido, exangue, sombra daquele que fui um dia.
Sinto a grama macia e o frescor da brisa me dão a ilusão de felicidade. Mas que felicidade é essa, pois amante fugaz, me deixa assim que capto sua presença.
Não retornarei por sobre meus passos. Seguirei em frente, pois no fim do arco-iris me espera a recompensa por todos os dissabores, todas as dores, todos os medos.
Em meio a multidão, estou só. No descampado mais longuinquo, fisicamente só estarei, mas tua lembrança é o suficiente para dar-me segurança, dissipar minhas incertezas.
Acompanho o vento que corre por sobre as campinas, na esperança de que ele me mostre o caminho e me leve a ti.
Naquele momento sublime em que me amou, foi o unico momento da minha vida em que realmente fui feliz, que o caminho se tornou menos ingreme, que a minha estrada estava apontada nos mapas do destino.
Mas isso passou, voltei a ser um caminhante só a atravessar a vida, as vezes correndo de encontro ao futuro, as vezes querendo volver ao passado. Tudo é preferivel ao presente, a esse instante maligno e patetico em que nada e tudo fazem sentido. O tempo agora é só um instrumento que aponta sentimentos: Te amei, te amo, te perdi.
O caminho é longo, estou perdido a décadas nele. Ainda hei de encontrar meu guia, o anjo que virá para me conduzir pelas veredas da vida.
Estou perdido, mas sei que um dia virá em que me encontrarás. Ai, nesse instante, as arvores, o céu e a grama úmida não terão importância. Nada mais terá.

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terça-feira, abril 05, 2005

Tempo

Esses dias, andei sonhando com uma velhinha, ela era um tanto baixinha e magrela, com cabelos longos e bastante grisalhos, no meu sonho acordado, ela morava numa casinha, bem distante da cidade, uma casinha linda, cheia de arvores ao seu redor, arvores imensas, muito mais velhas que ela, e tanto mais sábias que a própria velhinha...Sabedoria que a velhinha costumava retirar delas com um simples toque, e absorvê-la cheirando-as quando a chuva condensava seus milhares de anos no ar. Havia ali perto também um jardim estranho, que ao invés de flores, tinha plantado alecrim, manjericão, e toda a espécie dessas plantas que se prestam a sortilégios, que ela mantinha com todo cuidado e carinho, mas sei lá pra que? Porque por muito tempo ela havia aprendido que esse negocio de feitiço é besteira, que petulância mexer na sabedoria das forças da natureza, o máximo que ela podia fazer era compartilhar e perceber a beleza que existia em cada temporal e em todas as noites de lua cheia, numa celebração a vida que se apresentava a ela todos os dias da forma mais esplendorosa como uma criança que descobre algo de novo. Andei sonhando, que a casa era quentinha, e que em torno dela havia macieiras carregadas de maçãs, que a velhinha costumava pedir permissão às árvores, antes de colhê-las para fazer chás para comê-los com biscoitos de chocolate que preenchiam cada cômodo da casa com um aroma aconchegante. Na sua sala, uma cadeira gostosa e fofa, envolta por pilhas e pilhas de livros, a que ela se entregava todas as tardes, quando não percorria os campos, com suas saias longas e brancas e pés descalços, às vezes fazia isso pela manhã, bem cedinho, para poder sentir o frescor do orvalho em seus pequenos pés. Que estranho, um dia pude reparar, que a velhinha tinha gravada nas costas uma estrela de cinco pontas tão linda, e apesar de sua pele ser um tanto opaca, ela brilhava lá, esplendorosa...”Coisa de quando eu era jovenzinha minha filha, ela me respondeu... tão lindo quanto no dia, em que achei que ela merecia ser gravada no meu corpo para representar tudo o que sou”...E assim passavam os dias dessa velhinha que eu encontrei nos meus sonhos, todos os dias cheios de paz e sabedoria, completos...Com dois cachorros enormes, que deitavam nos seus pés nos dias de frio perto da lareira em que ela lia histórias da vida para a sua alma, dois guardiões dela...às vezes, nos finais de semana a casa se enchia com algumas criaturinhas curiosas, ávidas por descobrir cada cheiro, curiosas por cada musgo daquelas enormes árvores...E que, para desespero dos seus pais, iam tomar banho de rio, com a velhinha ...Na certa, o pai das criaturinhas havia esquecido que quando era bebê tomava banho de rio, andava descalço na grama molhada, tomava banho de chuva, e costumava pegar vaga-lumes que se perdiam dentro de casa para levar lá pra fora, e que sempre ajudava a encontrar borboletas. Não tinha esquecido não, dizia ele, sempre falava: alguém tem que ter juízo por vocês três...Ah quanta besteira...Responde sempre a velhinha em meus sonhos...e assim foi...Esses sonhos foram me acompanhando...Tão doces...Como uma manhã de sol na primavera, tanto importava se eu estava acordada ou dormindo...Até que acordei numa manhã com duas criaturinhas magrelas pulando na minha cama, junto com os cachorros lambendo o meu rosto: vovó acorda...Vamos tomar banho no riacho...

Hail

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domingo, abril 03, 2005

Mais sinceridade

Mais um talento especial se junta a esta blog para acrescentar sinceridade (ou como diz a Mel, uma sinceridade mentirosa...) e beleza ao mundo blogueiro.
Hail é seu nome, que traduzindo em lingua de gente quer dizer "granizo". E é isso que ela demonstra em seus textos, pois eles tem a peculiaridade de serem vergastadas verbais contra o mundo absurdo.
Mas deixo a voces a tarefa e o prazer de decidirem por si mesmos o quão talentosa é esta mulher, que ao lado da Mel forma o par de mulheres mais inteligente e argutas (e para meu deleite, bonitas) que tenho o privilégio de conhecer.
Ai vai a apresentação escrita por ela mesma.

"Embora tenha tentado, a idéia de morte tem atormentado os meus pensamentos, rondando eles dia e noite sem dar trégua. Sinto-me deslocada da realidade, como se vivesse em meio a um vale de sombras e como se a graça e o sorriso tivessem sido roubados de mim. Pareço vagar pela vida, tentando entrar nela, mas não acho as portas, sinto-me espectadora da minha própria existência...Como se algo me vendasse os olhos e me mantivesse inerte neste lugar. Procuro me isolar, mas o meu isolamento só me traz mais angustia e dor...As vezes sugo um resto de força que ainda encontro para tentar tornar os meus dias cheios de sentido, mas tudo soa falso ao meu redor...Por que por dentro sinto como se tudo estivesse devastado. Sorrir se transformou em pesar...
Sinto-me morta, meu coração tem um peso insuportável, minha alma parece ter abandonado meu corpo às vezes paro, e na minha condição de mera espectadora, a q me entreguei, passo por minutos olhando o meu filho sorrir, os contornos de seu rosto, e a maneira como brilham aqueles olhos q parecem duas jabuticabas, fico observando como as lagrimas lhe escorrem pela face, e como as enxuga com suas mãozinhas pequenas e lindas...Fico olhando quando ele dorme e passa pelo mundo dos sonhos, tranqüilo, como sua respiração, embora tão profunda, seja tão serena. Gosto de imaginar que dei à luz a uma criatura mágica, principalmente quando ele procura desvendar os cheiros da vida com aquele narizinho pontudinho, cada aroma, por mais sutil q seja lhe desperta o interesse...Sem contar com suas orelhas um tanto que pontudas...ele me lembra elfos...Por isso permaneço nessa vida, para guiá-lo. Que deus permita que eu saia desse limbo onde me meti e que possa amar meu filho..."

PS: por "problemas técnico", ela ainda não esta conseguindo postar.

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Vivo e sonho, sonho e vivo

Sonhos vem e vão... todo mundo ja deve ter ouvido essa frase em algum momento da vida. Normalmente, apos algum desengano, alguma paixão não correspondida.
Só que os sonhos são eternos, infinitos, perspassam a nossa existencia e nos elevam a alturas nunca imaginadas. Eu vivo porque sonho.
Sonho com o amanhã que me permitirá sentir o frescor da pele da minha amada, com o perfume das flores do campo que atravesso rumo ao meu destino, com as estrelas que me guiam pela vida.
Sonhei com o dia que encontraria a felicidade, a completude, em que a indiferença do mundo não afetaria meus caminhos. Em que o tudo e o nada fossem só palavras jogadas ao léu... pois não fariam sentido em uma frase em que caberia somente uma palavra: amor.
Minhas inquietações e meus devaneios eram o combustivel que minha mente necessitava para sonhar.
Descobri-me esquadrinhando o céu a procura do rosto pelo qual tanto ansiei, mas as nuvens ainda encobriam os belos traços que as estrelas insistiam em me mostrar...
Como sonhador que sou, sofri. Sofri pelo porvir. Sofri pelo que foi. Sofri por não encontrar em meus sonhos respostas as indagações mais profundas de minha alma, as conjecturas mais arraigadas em minha mente, aos desesperos miudinhos e cotidianos que assolavam meus dias.
Mas então, descobri que os sonhos são a forma de o futuro nos mandar uma mensagem, a maneira pela qual somos guiados à felicidade sem que nos demos conta disso. Pois só conseguimos apreciar a verdadeira felicidade depois de termo-nos desesperado sem ela.
Hoje sonho mais que nunca. Mas sonho com o que é, não com o que será, pois finalmente encontrei no fundo de minha alma o fogo que julgava extinto. A fagulha que tornou labareda meus sonhos, que qual fenix, renasceram mais belos e grandiosos que nunca.
Não mais vivo porque sonho... sonho porque vivo!!!

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