Sinceros

Confusões, esperanças, sonhos, ambições. Todas as divagações que três mentes, distantes no espaço mas não no tempo, podem alimentar serão expostas neste blog. O tudo e o nada servirão de temas para as excentricidades destes loucos!

domingo, junho 26, 2005

distante e bela

Caminhando sem rumo, em desespero e na cegueira da noite ele tentava entender o que acontecera na sua vida. Todas as coisas em que acreditou/acreditava ruíram sob a sola dos pés dela, amassados sem piedade.
Nada que a vida tenha a lhe proporcionar interessa agora, nada nem ninguém. Suas resoluções estão tomadas e firmes, é um caminho sem volta. Em meio a sua tristeza, apagou de sua vida as lembranças tristes, mas também todas as alegrias. Se um dia foi feliz, já não sabia, sua única certeza era que dali para frente não o seria mais.
A angustia que lhe invadia era massacrante, seu cérebro não tinha descanso na tentativa de entender o que acontecera. Não havia explicação, só desilusão.
Seus passos ressoavam no silencio da madrugada em que tomara as decisões mais lúgubres de sua vida, mais insanas, mas talvez, quem sabe, as mais acertadas. Seus pés seguiam a própria vontade, não obedeciam ao que lhes ditava seu coração, que estraçalhado como estava, ainda se agarrava ao um fio de esperança.
Noite. Porque tudo acontece nessa hora triste em que os meros mortais se encolhem de medo e os monstros passeiam libertos das amarras que lhes impomos durante o dia. Com suas garras afiadas nos dilaceram e arrastam para suas tocas fétidas, onde nos deglutem aos bocados, sem terminar de nos devorar, se comprazendo em nosso sofrimento. Assim é o amor perdido, o maior dos monstros noturnos.
Os pedaços informes que ainda compunham aquele corpo atacado sem piedade, estavam sendo levados ao local do sacrifício final. Toda a esperança se foi, nem mesmo digno de receber uma ultima palavra ele fora. O desespero era a ultima barreira antes da insanidade.
Já sem forças, ele se recosta ao tronco oco, como ele, morto, como ele. Ali sua ultima lagrimas derrama.
Hoje aquele tronco é adornado por uma única rosa, que os namorados apaixonados admiram e desejam, sem jamais poderem tocá-la, pois os espinhos a protegem, como não protegeram o infeliz amante da triste sorte de amar a lua tão distante e bela.

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sábado, junho 18, 2005

Te quero, eu sonho.

Eu sonho com o dia em que nada no mundo será mais importante que ouvir tua voz sussurrar ao meu ouvido que me ama sem reservas, sem meias medidas, em que nada será suficientemente importante para nos separar.
Sonho com a grama sob nosso corpo, acariciando nossa intimidade, num devaneio eterno. Cada folha verde entre nós, como pequenos intrusos benfazejos, serão testemunhas de nossa felicidade. O céu será padrinho de nossos desejos consumados, a lua, tua irmã, cúmplice de nosso amor.
O ontem, o hoje e o amanhã nada significam em meio ao turbilhão em que meus pensamentos desfacelados, despedaçados, foram jogados. A única imagem intacta é aquela que nunca tive realmente sob meus olhos... tua boca na minha, teu peito junto ao meu.
Sonho assim todos os dias, e por todos os dias da minha vida, sonharei com teus olhos postos nos meus, numa comunhão que nem mesmo os céus desfarão, quanto menos a vontade de um, ou mesmo de vários.
Uma pedra no caminha há, uma pedra no caminho havia. Assim serão nossos dias, assim serão nossos anos, assim será a nossa vida.
Naquela casinha de cerca branca, comendo biscoito de chocolate numa tarde de inverno em que o frio é apenas pretexto para te aconchegar no meu colo, está o nosso mundo, esta o meu mundo.
Sempre ouço tua voz sussurrando o amor que me tens, o quanto me queres, e em meus sonhos respondo aos teus sussurros com gestos, as tuas caricias com palavras cochichadas ao teu ouvido.
Sonho com o dia em que mesmo separados, estaremos unidos.

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