Sinceros

Confusões, esperanças, sonhos, ambições. Todas as divagações que três mentes, distantes no espaço mas não no tempo, podem alimentar serão expostas neste blog. O tudo e o nada servirão de temas para as excentricidades destes loucos!

domingo, janeiro 27, 2008

Raiva

Um gesto, uma palavra, um som. Nada e tudo são motivos para aumentar minha raiva.
Raiva do mundo, raiva da humanidade, raiva dos peixes e das nuvens. Raivosa raiva de tudo o que anda e do que fica parado.
É tanta a minha raiva, que acabo lançando no papel palavras cheias da bile que alimenta meu ódio, que nada mais é que a raiva em seu ponto culminante!
Tenho raiva de mim e de minhas ilusões. Raiva de como os outros se utilizam da minha boa fé em proveito deles próprios. Mais raiva ainda por saber de tudo isso e repetir os mesmos erros com as mesmas pessoas.
Minha raiva é como a do menino. Raiva grande e que é contida por sempre haver um adulto por perto. Sempre travada, segurada, amordaçada.
A raiva que ando sentindo é raiva nova misturada a raivinhas antigas, poeiras que joguei pra debaixo do tapete e que algum desavisado remexeu sem querer. O tapete se foi, mas a raiva, essa grudenta raiva nunca se dispersa.
Minha raiva é paciente, vai se acumulando tal qual a um velho que vive a polir uma pedra, até que ela está tão brilhante e o trabalho tão bem acabado, que a serventia da pedra acabou. Só lhe resta quebrar a vidraça do vizinho para que alguem mais veja tão belo trabalho.
Algum dia minha raiva vai terminar, vou explodir em chamas que irão consumir minha raiva e a mim mesmo como uma pira de antanho. Nesse momento, serei um novo homem e, talvez, finalmente um ser humano.

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domingo, janeiro 13, 2008

umas doses

Umas doses de realidade
E uns goles de alienação
Um pouco de cada, antes que eu me suicide
Ou me torne uma besta quadrada
Há que ser assim,
Viver numa corda bamba de sentimentos,
Nos limites de uma sanidade pra lá de esquisita
Quando o mundo todo já descambou
Pra uma bela e infame
de uma putaria de loucura.
Uns filmes ´trash´
Umas dores ´noir´
E uns sonhos patéticos
Escondendo os olhos atrás de asas de borboletas para ver o mundo...
Visão turva, embaçada.
Asas de borboleta têm pó,
fazem arder os olhos...
melhor realidade pura,
faz arder o coração e doer os dentes...
Não é descontentamento descabido
Nem rebeldia sem causa
Com uns olhos se enxerga ouro
Com outros se enxerga a bosta:
bosta de gentes
bosta de situações
bosta de relações
bosta de algumas bostas de sentimentos
Encantamento com o ouro em meio a tanta bosta?
Tô no limbo
Sem Beatrice para me guiar
E acho que exagerei um pouco
nas doses de realidade.

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