Cresci!
Um dia, acordei todo contente, como de resto eram todos os meus dias. Me espreguicei, como fazia sempre, dando um baita bom dia pra ninguém. Olhei pela janela e vi um cara diferente, mas que me lembrava alguém. Quem seria?
Ele me olhava lá de longe. Com um jeito de quem perdeu alguma coisa. Eu tava “intrigado” (palavra que eu tinha ouvida a professora falar toda pomposa).Dei bom dia e ele não me respondeu.
Deixei ele pra lá. Fui cuidar de minhas tarefas, ou seja, fui brincar, nem café tomei. Chamei a turma toda e fomos pra pracinha jogar bola. As meninas, aquelas chatas, tavam lá brincando com suas panelinhas e fogõezinhos.
Não tem coisa melhor do que dar uma bolada naquilo tudo e ver elas saírem correndo!!!
“Mãe, aqueles moleques estão mexendo com a gente de novo”, ai vem a tia Renata e dá um corridão na gente.
Chuva... que tédio (outra palavra bonita). Que gostoso é encostar a testa na janela e ficar olhando os pingos escorrerem. Parece que a janela ta chorando!
Que estranho, aquele cara ta la me olhando de novo. Todo encharcado. Agora que notei, ele usa óculos. Será que vou usar óculos quando crescer? Minha mão me levou no oculista, que é o cara que cuida dos óculos, pra ver se eu tinha problema pra ver (que frase engraçada), mas ele disse que eu só precisava comer mais cenoura. Não sou coelho pra comer cenoura, vou acabar ficando que nem coelho.
Mas de repente até seria legal, a Mariana gosta de ficar acariciando o coelho dela. Se eu fosse coelho ela ia ficar me alisando também, eu ia ficar no colo dela. Deve ser bem quentinho o colo da Mariana.
Abriu o sol (ou será que foram as nuvens, mas os grandes sempre falam assim!!), saio correndo, correndo muito!
Enquanto corro, vou vendo o cara da janela me olhando. Ele ta cada vez mais perto, mas eu ainda não consigo descobrir com quem ele parece.
Parece que eu to correndo há anos. É isso, eu to correndo a anos! Apareceu um fiozinho no meu queixo. Pai, me ensina a fazer a barba!
A Mariana começou a correr comigo, de mãos dadas... E aquele cara ainda ta e olhando. Mas, engraçado, ele ta sorrindo!!!!
Olha só, tem uma criança correndo com a gente, tão pequeninho, tão frágil. Caraca, é meu filho!
Tudo parou. Não to mais correndo.
Meu filho ta la fora, jogando bola com a turma dele. Eu e Mariana de mão dadas, olhando ele pela janela. Janela?
Descobri!! Aquele cara que tava me olhando passar pela vida, era eu mesmo.
Pois é, eu tinha esquecido, mas já fui criança um dia. A quem duvidar, mostro como prova minhas fotos de calças curtas, cabelo lambidinho pro lado e cara de choro!
Já brinquei de roda, pulei amarelinha com as meninas da minha rua. Já dei beijo escondido naquela guria da casa ao lado.
Cantei “ciranda cirandinha, vamos todos cirandar, vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar...”.
E agora, minha vida ta completa. Mariana esta aqui, comigo, e o Pedrinho lá no pátio jogando a bola nas meninas, como eu fiz um dia...
Homenagem à minha amiga Jeane.
Ele me olhava lá de longe. Com um jeito de quem perdeu alguma coisa. Eu tava “intrigado” (palavra que eu tinha ouvida a professora falar toda pomposa).Dei bom dia e ele não me respondeu.
Deixei ele pra lá. Fui cuidar de minhas tarefas, ou seja, fui brincar, nem café tomei. Chamei a turma toda e fomos pra pracinha jogar bola. As meninas, aquelas chatas, tavam lá brincando com suas panelinhas e fogõezinhos.
Não tem coisa melhor do que dar uma bolada naquilo tudo e ver elas saírem correndo!!!
“Mãe, aqueles moleques estão mexendo com a gente de novo”, ai vem a tia Renata e dá um corridão na gente.
Chuva... que tédio (outra palavra bonita). Que gostoso é encostar a testa na janela e ficar olhando os pingos escorrerem. Parece que a janela ta chorando!
Que estranho, aquele cara ta la me olhando de novo. Todo encharcado. Agora que notei, ele usa óculos. Será que vou usar óculos quando crescer? Minha mão me levou no oculista, que é o cara que cuida dos óculos, pra ver se eu tinha problema pra ver (que frase engraçada), mas ele disse que eu só precisava comer mais cenoura. Não sou coelho pra comer cenoura, vou acabar ficando que nem coelho.
Mas de repente até seria legal, a Mariana gosta de ficar acariciando o coelho dela. Se eu fosse coelho ela ia ficar me alisando também, eu ia ficar no colo dela. Deve ser bem quentinho o colo da Mariana.
Abriu o sol (ou será que foram as nuvens, mas os grandes sempre falam assim!!), saio correndo, correndo muito!
Enquanto corro, vou vendo o cara da janela me olhando. Ele ta cada vez mais perto, mas eu ainda não consigo descobrir com quem ele parece.
Parece que eu to correndo há anos. É isso, eu to correndo a anos! Apareceu um fiozinho no meu queixo. Pai, me ensina a fazer a barba!
A Mariana começou a correr comigo, de mãos dadas... E aquele cara ainda ta e olhando. Mas, engraçado, ele ta sorrindo!!!!
Olha só, tem uma criança correndo com a gente, tão pequeninho, tão frágil. Caraca, é meu filho!
Tudo parou. Não to mais correndo.
Meu filho ta la fora, jogando bola com a turma dele. Eu e Mariana de mão dadas, olhando ele pela janela. Janela?
Descobri!! Aquele cara que tava me olhando passar pela vida, era eu mesmo.
Pois é, eu tinha esquecido, mas já fui criança um dia. A quem duvidar, mostro como prova minhas fotos de calças curtas, cabelo lambidinho pro lado e cara de choro!
Já brinquei de roda, pulei amarelinha com as meninas da minha rua. Já dei beijo escondido naquela guria da casa ao lado.
Cantei “ciranda cirandinha, vamos todos cirandar, vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar...”.
E agora, minha vida ta completa. Mariana esta aqui, comigo, e o Pedrinho lá no pátio jogando a bola nas meninas, como eu fiz um dia...
Homenagem à minha amiga Jeane.