Sinceros

Confusões, esperanças, sonhos, ambições. Todas as divagações que três mentes, distantes no espaço mas não no tempo, podem alimentar serão expostas neste blog. O tudo e o nada servirão de temas para as excentricidades destes loucos!

sábado, fevereiro 19, 2005

Vaidades

Marisa estava sentada na beira do lago, atirando pedrinhas nágua, admirando o Pôr-do-sol naquele entardecer maravilhoso.
Seus pensamentos voavam qual andorinha... Procurando o bando para formar novas idéias. Ela sabia que tudo aquilo que ele lhe dissera era verdadeiro. Tinha de ser.
Não, NÃO!!! Ela se negava a acreditar que ele só lhe dissera todas aquelas palavras lindas para arrastá-la até ali e agora desaparecer. Deixá-la com seus pensamentos e desencantos era a pior idéia que ele teve. Ela sempre teve medo de si mesma, de seus desejos, de seus arroubos.
Mas porque sempre que ele lhe falava ao ouvido, mesmo só o sussurrar de sua voz, a deixava com uma lânguida sensação de plenitude, de que nada a poderia afetar?
Ela lembrava da infância, sempre tivera orgulho de seus vestidos, seu cabelo, seu rosto que todos diziam angelical!!
Sua faceirice menineira atraia olhares de inveja das outras meninas e olhares de cobiça dos rapazes. Sempre estava rodeada de admiradores secretos, e outros nem tão secretos assim.
Manteve afastados todos os rapazes, mas nunca deixou de lhas cultivar a chama do desejo por ela. Sabia manipulá-los para que atendessem todos os seus desejos. O reconhecimento Maximo para qualquer deles era ela lhes dirigir um sorriso!!!
E agora ela estava ali, sozinha, a esperar pelo único homem que penetrou aquele coração insensível.
Lembrava das brigas que provocava entre os homens. Que sentimento mesquinho a levava a promover o embate daquelas marionetes de carne e osso, nem mesmo ela sabia. Mas com seu ar superior, seus desvelos para com um em detrimento de outros, despertavam a ira entre seu séqüito de bobos da corte, como ela mesma fazia questão de nomeá-los.
Sua vaidade era imensamente satisfeita ante a visão daqueles a quem nada prometia, e que mesmo assim beijavam o pó onde seus delicados pés tivessem pisado.
Mas ai ela conheceu Roberto...
Ele não era igual aos outros. Altivo, senhor de si e do mundo sabia que causava furor por onde passava.
Almas gêmeas. Clichê inevitável ao contar o encontro daqueles dois seres.
Mas ela ainda estava ali esperando-o.
Começaram a se encontrar todos os dias, ele lhe fazia as maiores juras de amor que um homem pode fazer a uma mulher. Ela estava completamente apaixonada mesmo antes que ele colasse os lábios aos dela.
NÃÃÃOOOOO!!!
Ela se negava a acreditar que ele somente desejava dar-lhe uma lição por ter ela pecado por soberba contra o mundo. Que seus gestos e desvelos eram calculados, sem sentimento! Ele ardia de desejo por ela, sabia-o bem. Não havia se apaixonado pro um qualquer...
Mesmo assim, começava a duvidar. Três dias a esperar e ele não retornou.
NÃO RETORNOU!!!
O que ela não imaginava, era o acidente que ele sofrera ao aceitar, por vaidade, disputar corrida com um canalha tão vaidoso quanto ele, que não pestanejou em empurrá-lo ladeira abaixo quando viu que iria perder a aposta...
A ultima imagem que lhe veio à mente foi Marisa, a esperá-lo na beira do lago, atirando pedrinhas nágua, admirando o Pôr-do-sol naquele entardecer maravilhoso, antes de seu carro bater nas pedras e explodir.

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