Sinceros

Confusões, esperanças, sonhos, ambições. Todas as divagações que três mentes, distantes no espaço mas não no tempo, podem alimentar serão expostas neste blog. O tudo e o nada servirão de temas para as excentricidades destes loucos!

domingo, janeiro 27, 2008

Raiva

Um gesto, uma palavra, um som. Nada e tudo são motivos para aumentar minha raiva.
Raiva do mundo, raiva da humanidade, raiva dos peixes e das nuvens. Raivosa raiva de tudo o que anda e do que fica parado.
É tanta a minha raiva, que acabo lançando no papel palavras cheias da bile que alimenta meu ódio, que nada mais é que a raiva em seu ponto culminante!
Tenho raiva de mim e de minhas ilusões. Raiva de como os outros se utilizam da minha boa fé em proveito deles próprios. Mais raiva ainda por saber de tudo isso e repetir os mesmos erros com as mesmas pessoas.
Minha raiva é como a do menino. Raiva grande e que é contida por sempre haver um adulto por perto. Sempre travada, segurada, amordaçada.
A raiva que ando sentindo é raiva nova misturada a raivinhas antigas, poeiras que joguei pra debaixo do tapete e que algum desavisado remexeu sem querer. O tapete se foi, mas a raiva, essa grudenta raiva nunca se dispersa.
Minha raiva é paciente, vai se acumulando tal qual a um velho que vive a polir uma pedra, até que ela está tão brilhante e o trabalho tão bem acabado, que a serventia da pedra acabou. Só lhe resta quebrar a vidraça do vizinho para que alguem mais veja tão belo trabalho.
Algum dia minha raiva vai terminar, vou explodir em chamas que irão consumir minha raiva e a mim mesmo como uma pira de antanho. Nesse momento, serei um novo homem e, talvez, finalmente um ser humano.

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